Bem-vindo a Barca D'Alva!
A Região
2015-02-25
A Navegar até Barca D’Alva
Atualmente, já se encontram disponíveis vários acessos para alcançar esta aldeia recôndita, escondida no Douro. Ora seja por estradas, ora seja de comboio. No entanto, a melhor opção é, sem dúvida alguma, um incomparável cruzeiro pelo Douro.
E como esta viagem de barco é uma experiência inesquecível, tem ao seu dispor uma panóplia de ofertas que o trazem até Barca D’Alva, dando-lhe a oportunidade de tirar maior partido da região do Douro. Pode optar por partir do Porto, da Régua ou até mesmo do Pinhão. A duração da viagem também pode variar consoante o gosto de cada um. Acredite que esta a viagem vale mesmo a pena!
Parque Natural do Douro Internacional
Uma vez esta aldeia está inserida no Parque Natural do Douro Internacional, faz todo o sentido que lhe explique do que se trata. Este parque íntegra quatro concelhos distintos: Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro. Para além disso, abrange 122 quilómetros de troço fronteiriço do Rio Douro e do seu afluente, o Rio Águeda.
Este parque dispõe de um riquíssimo património de fauna e flora com paisagens absolutamente deslumbrantes.
O Desabrochar das Amendoeiras em Flor
É precisamente em finais de Fevereiro (ou, consoante o ano, em inícios de Março) que a amendoeira em flor nasce, vestindo a aldeia de branco, com ligeiros tons de lilás e rosa, para mostrar aos seus visitantes toda a sua beleza primaveril. É nesta altura que a localidade é anfitriã da “Festa do Almendro”, uma celebração na qual a amendoeira em flor é rainha.
Sabe qual a razão de ser da “Festa do Almendro”? Aliás, sabe o que “Almendro” quer exatamente dizer? Almendro é a palavra espanhola para amêndoa. Assim, já pelo nome se percebe que esta celebração ultrapassa fronteiras. Com 72 anos de existência, esta festa reúne milhares de pessoas, portuguesas e espanholas. Este evento procura mostrar um pouco da gastronomia e artesanato da região, apadrinhados pela amendoeira em flor.
A tradição desta festividade remonta ao tempo em que a estação ferroviária de Barca D’Alva, na linha do Douro, se encontrava em funcionamento. E era este mesmo meio de transporte que trazia os milhares de turistas que vinham contemplar as amendoeiras em flor.
Para além desta flor característica conferir uma paisagem única a Barca D’Alva, esta celebração contribui, também, para o seu desenvolvimento económico. Mas com a estação ferroviária encerrada, os transeuntes diminuíram. O povo de Barca d’Alva acredita que se abrissem novamente a estação, o volume de visitantes seria como fora outrora.
A Estação Ferroviária que tanto se anseia…
Como lhe disse anteriormente é possível usufruir de uma calma e agradável viagem de comboio “quase” até Barca D’Alva. Quase porque, de facto, a estação de comboios de Barca D’Alva encontra-se encerrada. Deste modo, se a estrada não for uma opção viável para si, tem a possibilidade de viajar de comboio até à Régua, ou mesmo um pouco mais acima até ao Pinhão, e seguidamente embarcar num cruzeiro até Barca D’Alva.
Indubitavelmente, estas hipóteses serão do seu agrado. Por duas razões: pela linha ferroviária do Douro descobrirá as paisagens mais deslumbrantes sobre o Rio Douro, e a viagem de barco dar-lhe-á uma perspetiva completamente diferente mas, igualmente, avassaladora.
Citada por Eça de Queiroz no livro “A Cidade e as Serras”, a estação de Barca D’Alva é descrita da seguinte forma: “Era uma Estação muito socegada, muito varrida, com rosinhas brancas trepando pelas paredes-e outras rosas em moitas, n'um jardim, onde um tanquesinho abafado de limos dormia sob duas mimosas em flôr que rescendiam. Um moço pallido, de paletot côr de mel, vergando a bengalinha contra o chão, contemplava pensativamente o comboio.”
Desde 1887 esta estação constituíu uma importante paragem do comboio rápido que fazia a ligação entre o Porto e Paris. Poderá ver, ainda, por cima da porta central da estação a inscrição “Grande Velocidade”.
Encerrada desde 1987, dela apenas restam algumas estruturas que em tempos prestavam apoio à circulação de comboios, tal como o velho depósito de água (importante para apoio às locomotivas a vapor), ou mesmo a plataforma giratória que permitia que as locomotivas a vapor invertessem a sua marcha. Esta é, agora, uma estação abandonada que esconde toda a sua história… Será que algum dia veremos algum comboio passar novamente por aqui?