Misturas Improváveis: Os Sabores Mais Típicos do Douro
Gastronomia e Vinhos
2020-03-31
O Porto é uma cidade cheia de tradições e a cozinha tradicional duriense é uma arte. Convidamo-lo a conhecer as especialidades gastronómicas da região e a experimentar, nos vários restaurantes locais ou a bordo de um Cruzeiro no Douro, os manjares da sua preferência. Afinal, há receitas para todos os gostos, com sabores intensos e autênticos que o deixarão certamente com “água na boca”!
Seguem-se as especialidades mais destacadas de cada lugar:
Porto
No Porto é-se tripeiro porque se gosta de tripas, iguaria única que nos conta páginas de História e ensinamentos de futuro. Ser tripeiro - reza a lenda que pelo contributo dado pela cidade à frota que partiu à conquista de Ceuta, em 1415 - é motivo de orgulho. Mas nem só de Tripas à Moda do Porto vive esta cidade: o bacalhau à Gomes de Sá, os bolinhos de bacalhau, as boémias francesinhas e, para acompanhar, o vinho que escorre pelas goelas, tanto o da região dos vinhos verdes, como o da região do Douro, são uma verdadeira tentação. Quanto à francesinha, não há volta a dar: a francesinha é do Porto e tudo o que se faz Portugal afora são meras imitações. Inventada na Regaleira, a mais famosa sanduíche de Portugal, perdição de carnes molhadas e picantes, é elogiada por gastrónomos de todo o mundo.
Não deixe de experimentar esta famosa iguaria a bordo de um dos nossos Cruzeiros Especiais de Francesinha!
Vila Nova de Gaia
Vila Nova de Gaia lembra a quente e suculenta broa de Avintes, o Velhote (pão doce) na noite de São Pedro na Afurada e as lindíssimas esplanadas junto ao Douro onde se vê a melhor paisagem do Porto. Gaia é burguesa e rural, é piscatória e nobre, tem aromas de mar e de rio. Tem mesas fartas em restaurantes únicos, onde as salas têm janelas por onde, às vezes, se espreita um dos maiores tesouros de Portugal: o vinho do Porto, que a cidade traz tão bem guardado. Em Gaia, não deixe de se deliciar com um cálice de vinho do Porto que nasce nas encostas do Douro e envelhece nas suas caves. Sugerimos, para tal, o programa Cruzeiro das Pontes no Douro com Fado, onde poderá navegar pelas margens do Porto e Vila Nova de Gaia num encantador Cruzeiro, seguindo-se uma visita guiada às Caves, com uma deliciosa prova de Vinhos do Porto e um maravilhoso espetáculo de Fado.
Amarante
A gastronomia de Amarante comunga das características das regiões do Minho e de Trás-os-Montes, dada a situação geográfica da cidade. Como, no passado, a estrada real entre o Porto e o interior transmontano atravessava Amarante, aí paravam, para retemperar forças, viajantes sujeitos a penosas viagens. Assim, ainda hoje, a cozinha amarantina é baseada em pratos substanciosos, como o cabrito serrano, a vitela arouquesa e maronesa, as feijoadas, o cozido à portuguesa e o bacalhau. Há ainda a delicadeza das trutas e o requinte de um fumeiro bem temperado. Célebre é também o arroz de frango, vulgarizado pelas monjas de Santa Clara, a quem eram oferecidas, em pagamento de promessas, inúmeras aves de capoeira.
Os ovos desempenham um papel importante na confeção da doçaria local. Esta nasce no Convento de Santa Clara, mas as Invasões Francesas, obrigando à retirada das clarissas, precipitam a sua difusão pelas famílias da vila e pelas lojas próximas do rio. Em todas as confeitarias da cidade podem-se provar os deliciosos papos-de-anjo, S. Gonçalos e foguetes (feitos com ovos moles e açúcar), as lérias e as brisas do Tâmega (à base de açúcar, ovos, amêndoas e vinho do Porto). Convém também referir os doces fálicos de tamanhos normais ou desmedidos, que, nos dias de festa, se vendem abundantemente pelas ruas da cidade. São uma caricatura das preces das moças e velhas solteiras que solicitam ajuda ao santo casamenteiro.
Vila Real
Vila Real, oh! Linda és, tens o Corgo aos teus pés... Assim canta o hino da cidade, capital de distrito. A beleza da cidade, cercada pelas serras de Cabriz e do Marão, convida a uma visita, já sem mencionar os deliciosos doces (que por si só já valem uma viagem), os enchidos e fumados, as receitas de caça e os vinhos corpulentos. Vila Real tem como especialidades a vitela e o cabrito assado com arroz de forno, as tripas aos molhos, os covilhetes (empadas de carne), a carne maronesa, o joelho da porca, a bola de carne e diversos enchidos.
A doçaria de Vila Real goza de grande e justificada fama. Alguma destas verdadeiras delícias têm nomes curiosos: as cristas de galo, oriundas do Convento de Santa Clara, feitas com doce de ovo; as tigelinhas de laranja; as bexigas; os santórios; as ganchas de S. Brás (feitas à base de açúcar e água) e os pitos de Santa Luzia (massa com recheio de doce de abóbora). Estes últimos tiveram também berço no Convento de Santa Clara e foram consagrados a Santa Luzia.
No campo dos vinhos, o destaque vai para o célebre Mateus Rosé, um vinho inovador de cor rosada, produzido a partir de uvas tintas da região do Douro.
Lamego
A gastronomia tradicional de Lamego é baseada no famoso presunto local, obrigatório para os amantes de enchidos. A Bola de Lamego é também uma das mais apreciadas especialidades da região, vendendo-se em diversos estabelecimentos da cidade, nomeadamente junto à Sé. Pode ter como recheio presunto, bacalhau ou carne frita, tudo envolvido por uma espécie de massa de pão, cujo segredo é cuidadosamente guardado pelos fabricantes.
Cinfães
Os pratos típicos de Cinfães incluem: cabrito ou anho assado com arroz do forno, torresmos, papas milhas com fígado de porco cozido, arroz de lampreia e lampreia à bordalesa, sável frito, carnes de porco fumadas e rojões à moda de Cinfães. Na doçaria, é de salientar o Pão-de-ló, doces de manteiga, sopa seca, formigos e bolinhos de centeio.
Mesão Frio
Esta bonita entrada para a região do vinho do Porto está excelentemente localizada sobre o Douro. À sua volta, a serra do Marão é uma proteção climática para as vinhas. Mesão Frio é conhecida por uma especialidade local, as falachas, ou bolos de castanhas piladas.
Alijó
Localizada no meio da região do vinho do Porto, Alijó oferece uma ementa regional que inclui o polvo grelhado e peras em vinho moscatel. O nome da pousada ali existente, Barão de Forrester, recorda o famoso reformador inglês.
Douro Superior
A gastronomia local do Douro Superior baseia-se no uso dos produtos da terra (o azeite, a amêndoa, o figo…), mas também do rio (bogas ou barbos sob várias apresentações destacando-se as migas) ou provenientes da recoleção sazonal que os habitantes da região ainda praticam (espargos ou acelgas silvestres). Os cogumelos de Mogadouro são, há décadas, tidos como um alimento natural utilizado na subsistência de muitas famílias. Na gastronomia do Douro Superior deverá salientar‑se também a importância da caça, sobretudo o Arroz de Lebre com Couves, tradicional de Freixo de Espada à Cinta; o Coelho Bravo guisado; a Perdiz estufada com presunto e o ensopado de Javali.
Deixe as dietas para mais tarde e desfrute das especialidades locais. A gastronomia duriense é das melhores do país, com petiscos deliciosos aos quais não vai conseguir resistir.
Reserve o programa Escapadinha no Douro e delicie-se com os produtos regionais de Lamego. Ou embarque numa aventura de 3 dias no cruzeiro Segredos do Douro e Tâmega e deslumbre-se com as regiões do Vinho Verde e do Vinho do Porto, numa fascinante aventura pela História, Gastronomia e Tradições do Norte de Portugal.