A apologia do vinho: um Cruzeiro pelas Rotas do Vinho Verde e do Douro
Gastronomia e Vinhos
2020-05-26
O vinho, fruto da videira e do trabalho do Homem, tem vindo a desempenhar, desde os tempos mais remotos, um papel de relevo na sociedade portuguesa. Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho surge desde cedo na literatura portuguesa, tornando-se fonte de lendas e inspiração de mitos. As expressões “Dádiva de Deuses”, “Sangue de Cristo” e “Essência da Vida” atribuídas a este produto, corroboram bem o papel do vinho na nossa civilização, que desde sempre enalteceu e dignificou esta saborosa bebida.
No Cruzeiro 3 Dias: Segredos do Douro e Tâmega, fazemos uma viagem até às mais recônditas origens da história da vinha em duas prestigiadas regiões vinícolas de Portugal: a Rota dos Vinhos Verdes e a Rota do Douro.
Através destas duas Rotas, pode fazer excelentes passeios, contactar com saberes antigos e descobrir regiões onde o vinho se cultiva desde tempos imemoriais. Embrenhe-se na bonita paisagem e visite as cidades e motivos de interesse que lhe ficam no caminho. Desde os socalcos do Douro, a mais antiga região demarcada do Mundo, berço do famoso Vinho do Porto, a Amarante, verde e viçosa, onde desfrutará de um fantástico almoço típico num Hotel Vínico da Região do Vinho Verde. Em pleno Norte de Portugal, as Rotas do Vinho Verde e do Douro percorrem cidades e vilas cheias de história. Visite as melhores Quintas e experimente a deliciosa gastronomia portuguesa, onde cada prato tem um vinho certo para o acompanhar.
Na Rota dos Vinhos do Douro
Paisagem, história, atividades económicas, cultura, seja qual for o ângulo pelo qual se aborde o Vale do Douro, há sempre o vinho como elemento comum. Os romanos terão sido os primeiros e perceber a qualidade dos vinhos da região, mas só no século XVIII a fama do Vinho do Porto atravessou fronteiras e começou a enriquecer muitos produtores, cujas belas Quintas podem hoje ser visitadas ao longo do rio. Numa paisagem imponente, o vale Vinhateiro do Douro, Património da Humanidade, é a mais antiga região demarcada do Mundo, desde 1756, e o Vinho do Porto o mais famoso dos excelentes vinhos da Região.
As encostas de vinhas em socalcos formam um anfiteatro natural, a percorrer de carro, comboio ou barco, pois o rio é navegável até Barca D’Alva, junto à fronteira espanhola. Na Régua, pode provar-se o Vinho do Porto nas famosas Quinta da Região. Vila Real, com o seu património histórico e o deslumbrante Palácio de Mateus, é também digna de uma visita. No caminho para o Pinhão, com a sua belíssima estação ferroviária, um cenário extraordinário abre-se no Miradouro de S. Leonardo da Galafura. Em Favaios, prova-se o único e inconfundível Vinho Moscatel, mundialmente apreciado. Para montante, o rio corre entre escarpas e tons de pedra. É zona de solares, de amendoeiras em flor e do Santuário de S. Salvador do Mundo com uma vista impressionante. No Douro Superior, novas cidades merecem visita, como Vila Nova de Foz Côa, cujo Parque Arqueológico é a maior galeria de arte rupestre do Mundo. Por isso é Património Mundial. Vale a pena visita e deixar-se empolgar.
Nos restaurantes do Douro, poderá desfrutar dos produtos tradicionais de Trás-os-Montes, como as carnes bovinas - muito apreciadas em postas assadas-, mas sobretudo da carne do porco que origina uma enorme quantidade de enchidos e fumados, como as alheiras de Mirandela, os salpicões e chouriças de Vinhais ou o célebre presunto de Lamego.
Nos peixes, há muitas receitas de bacalhau e peixes de rio, como as trutas. A região é também famosa pela qualidade das suas cerejas e dos seus frutos secos, particularmente amêndoas e castanhas.
Na Rota dos Vinhos Verdes
Na região dos Vinhos Verdes, a história de Portugal descobre-se em cada localidade. Com uma extensa costa, rios, vales férteis e montanhas, é a região que oferece maior variedade e riqueza gastronómica em todo o país. Começando pela sopa, o popular caldo verde, assim como diversos pratos de bacalhau e polvo e, nas carnes, o cabrito assado, o arroz de pato, os rojões e o famoso arroz de sarrabulho. Nos doces, destaca-se o Pudim de Abade de Priscos, o leite-creme e a doçaria conventual de Amarante: papos de anjo, bolos de São Gonçalo, brisas do Tâmega, entre outros. E não podemos esquecer o famoso Pão-de-Ló de Margaride, esse clássico da doçaria nacional que a todos conquista e cuja fábrica não podia deixar de ser visitada no programa Segredos do Douro e Tâmega.
Originariamente demarcada a 18 de setembro de 1908, a Região dos Vinhos Verdes estende-se por todo o noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho. Em termos de área geográfica, é a maior Região Demarcada Portuguesa e uma das maiores da Europa. Ortograficamente, apresenta-se como “um vasto anfiteatro que, da orla marítima, se eleva gradualmente para o interior” (Amorim Girão).
O Vinho Verde é um produto único no Mundo, uma mistura de aroma e leveza que o torna numa das mais deliciosas bebidas naturais! É o segundo vinho português mais exportado, depois do Vinho do Porto. Medianamente alcoólico e de ótimas propriedades digestivas, pela sua frescura e especiais qualidades, é um vinho muito apetecido, sobretudo na época quente. Os tintos são encorpados, de cor intensa e espuma rosada ou vermelha viva, apresentando-se os brancos de cor citrina ou palha. A flagrante tipicidade e originalidade destes vinhos é o resultado, por um lado, das características do solo, clima e fatores socioeconómicos e, por outro, das peculiaridades das castas regionais e das formas do cultivo da vinha. As castas mais utilizadas são: alvarinho, loureiro, trajadura, pedernã e batoca entre as brancas; vinhão, espadeiro, tinto-cão e borraçal entre as tintas.
O Vinho Verde é consumido maioritariamente durante as refeições, normalmente acompanhando pratos de peixe e ou de carnes brancas. No entanto, é também ótimo como aperitivo, dada a sua leveza e frescura, associadas ao baixo teor alcoólico, que ligam muitíssimo bem com o momento pré-refeição. Fialho, o genial escritor alentejano, encontrava no Vinho Verde “a meiguice dos beijos e o travo inocente das amoras”. Para além disso, o Vinho Verde tem um importante papel na manutenção da saúde humana, desencadeando – quando bebido moderadamente – fenómenos biológicos capazes de protegerem o nosso organismo, impedindo a deterioração dos seus elementos celulares, controlando o seu metabolismo e defendendo-o das agressões externas. Daí a expressão: CORPUS SANUS VINUS SANUS.
Enfim, não faltam motivos para se “embriagar” na beleza das paisagens do Douro e do Vinho Verde e nos prazeres da boa mesa. Reserve o Cruzeiro 3 Dias: Segredos do Douro e Tâmega e descubra o Norte de Portugal através de um dos seus maiores embaixadores: o vinho!